segunda-feira, 2 de setembro de 2013


Grandes fotógrafos brasileiros e estrangeiros

 

 

1. Richard Avedon | 1923-2004

 O fotógrafo amador que, aos 19 anos de idade, ingressou na Marinha Mercante americana com a tarefa de tirar fotos de colegas para documentos de identidade morreu aos 81 como o artista que deu tom e dimensão à fotografia contemporânea. Richard Avedon fotografou o ser humano em dimensões nunca antes registradas. Imagens planejadas – o fotógrafo gostava de desenhar as fotos antes de tirá-las – resultavam em ângulos e cortes inéditos. Luzes ajustadas com meticulosidade produziam em estúdio fotos de moda e retratos, nos quais diferentes densidades de branco e preto – Avedon fotografou pouco em cor – revelavam que só a cumplicidade entre ele e o fotografado conseguia fixar expressões íntimas, às vezes cruéis, outras de deslumbrante beleza. 

Conhecido durante muito tempo pelas fotos de moda que saíam nas grandes revistas internacionais, sua obra incluía dois outros segmentos que apareceram nos seis grandes livros que publicou, e em exposições nos mais importantes museus americanos. Eram os retratos de celebridades e anônimos, e as grandes reportagens sobre temas tão diversos quanto a queda do Muro de Berlim e um asilo de loucos. Com personagens estáticos nos retratos e explosões de movimento na moda e nas ruas, Richard Avedon mudou a cara da fotografia moderna. Ele não terá substituto.
 

2. W. Eugene Smith | 1918-1978

Natural de Wichita, no Meio-Oeste dos Estados Unidos, Smith estudou jornalismo e trabalhou em um jornal local antes de seguir para Nova York. Lá, fotografou para a revista "Life" e durante a Segunda Guerra Mundial foi escalado pelas publicações do grupo Ziff-Davis para cobrir a interminável campanha do Pacífico.

A bordo de um porta-aviões americano Smith captou algumas das imagens mais marcantes de sua carreira. Fazem parte de sua série bélica 'Despedida de um Marinheiro', nas Ilhas Marshall, que mostra o corpo de um fuzileiro naval morte em combate sendo lançado ao mar, e o registro impactante da Batalha de Iwo Jima. A estratégica ilha no Pacífico, já em território japonês, foi palco de violentos confrontos que levaram à morte cerca de 50 mil soldados de ambos os lados.

Pacifista, o fotógrafo esteve presente em numerosas batalhas contra o Japão, até que foi ferido em uma delas. Anos mais tarde, já recuperado, Smith voltou à fotografia e por um curto período foi associado da agência Magnum. Contudo, logo depois optou pela carreira independente para ter o controle total das imagens que lhe renderam fama internacional, publicando-as em ensaios e livros.
 

3. Helmut Newton | 1920-2004

 Helmut Newton (Berlim, 31 de outubro de 1920 — Los Angeles, 23 de janeiro de 2004), nascido Helmut Neustädter, foi um fotógrafo de moda alemão, naturalizado australiano, famoso por seus estudos de nus femininos. Filho de um fabricante de botões judeu-alemão e de uma americana, desde muito jovem interessou-se por fotografia, tendo trabalhado para a fotógrafa alemã Yva (Else Neulander Simon).

Fugiu da Alemanha em 1938 para escapar à perseguição nazista aos judeus; trabalhou por algum tempo em Cingapura, como fotógrafo da Straits Times, antes de se estabelecer em Melbourne, Austrália. Ao chegar à Austrália, ficou internado em um campo de concentração, assim como muitos outros "estrangeiros inimigos". Posteriormente serviu ao exército australiano como motorista de caminhão, durante a Segunda Guerra Mundial.

Em 1946 instalou um estúdio fotográfico no qual trabalhou principalmente com moda, nos afluentes anos pós-guerra. Pouco tempo depois se tornou cidadão australiano. Nos anos seguintes viveu em Londres e Paris, e trabalhou para a Vogue francesa.

Criou um estilo muito particular de fotografia, marcado pelo erotismo, freqüentemente com alusões sado-masoquistas e fetichistas. Sua notoriedade aumentou nos anos 1980 com a série "Big Nudes". Passou os últimos anos de sua vida em Monte Carlo e Los Angeles. Morreu em um acidente de automóvel na Califórnia. Suas cinzas foram enterradas em Berlim, Alemanha.
 

4. Irving Penn | 1917- 2009

Ele começou a fotografar em meados da década de 40 e, três anos mais tarde, iniciou seu trabalho na revista Vogue com o renomado diretor de arte, Alexander Liberman. Foi quando Irving começou sua carreira.

Perfeccionista, o fotógrafo podia demorar horas e horas para chegar ao clique perfeito. Ele fazia fotos de figuras femininas e o resultado era um trabalho sensual com muita elegância. Irving era minimalista e gostava de fotografar com fundo branco ou cinza. Seu desafio era enfatizar a expressão de cada pessoa a ser fotografada.

Fotografou personalidades como Truman Capote, Marcel Duchamp, Georgia O`Keeffe, Igor Stravinsky, Marlene Dietrich e inúmeras modelos famosas. Em 2008, suas fotos das modelos Gisele Bündchen e Kate Moss foram leiloadas. A foto da top brasileira foi vendida por 193 mil dólares. 
 

5. Guy Bourdin | 1928-1991

Entre os anos 50 e 80, o fotógrafo francês Guy Bourdin revolucionou a fotografia de moda, elevando-a ao patamar de arte, com suas cores saturadas, enquadramentos atípicos, composições surrealistas, temáticas bizarras, sexualidade ousada e olhar nada óbvio sobre o produto que se pretendia vender. Por tudo isso, Bourdin foi um dos fotógrafos mais influentes de seu tempo. No entanto, seu nome nunca foi tão difundido quanto os de outros colegas de ofício, talvez porque Bourdin boicotava seu próprio legado, recusando todo e qualquer convite para exposição de sua obra ou compilação de seus trabalhos em livro. Bourdin trabalhava para revistas, sobretudo a Vogue francesa, e só permitia que suas fotos fossem apreciadas no contexto das publicações para as quais tinham sido feitas. Ele sequer armazenava suas fotos adequadamente, não se preocupava com isso. Somente após sua morte, em 1991, que sua obra começou a rodar o mundo em exposições.
 

6. Henri Cartier-Bresson | 1908-2004

Henri Cartier-Bresson, um dos grandes mestres da fotografia do século 20, morreu aos 95 anos de idade. Repórter fotográfico com trabalhos feitos para revistas como "Life" e "Vogue", Cartier-Bresson fundou em 1947, ao lado de Robert Capa e outros profissionais, a agência de fotos Magnum. Tendo trabalhado mais de meio século a capturar o drama humano com sua câmera, ele inspirou várias gerações de fotógrafos com seu estilo intimista, que o transformou no mestre indiscutível da escola francesa de fotografia. Ele desprezava as fotografias arranjadas e os cenários artificiais, alegando que os fotógrafos devem registrar imagem de uma forma rápida e acurada. Seu conceito de fotografia baseava-se no que ele chamava de "o momento decisivo" -- o instante que evoca o espírito fundamental de alguma situação, quando todos os elementos externos estão no lugar ideal.

Cartier-Bresson advogava: "No meu modo de ver, a fotografia nada mudou desde a sua origem, exceto nos seus aspectos técnicos, os quais não são minha preocupação principal. A fotografia é uma operação instantânea que exprime o mundo em termos visuais, tanto sensoriais como intelectuais, sendo também uma procura e uma interrogação constantes. E' ao mesmo tempo o reconhecimento de um fato numa fração de segundo, e o arranjo rigoroso de formas percebidas visualmente, que conferem a esse fato expressão e significado".

7. Diane Arbus | 1923-1971

Diane Arbus (Diane Nemerov, 14 de março de 1923, em New York City; (suicídio) 26 de Julho de 1971) foi uma fotógrafa americana, célebre por seus retratos.

Diane Arbus se casou aos 18 anos com o fotografo Allan Arbus. A temática principal de sua fotografia era "o outro lado", mais angustiado, da cultura americana. Arbus experimentou com o flash durante o dia, permitindo destacar a figura principal do fundo das fotografias.

Diane Arbus começou a fotografar com Allan, seu marido. Depois de se separar, aprendeu com Alexey Brodovitch e Richard Avedon. No início dos anos 1960 deu início à carreira de fotojornalista e publicou na Esquire, The New York Times Magazine, Harper`s Bazaar e Sunday Times, entre outras revistas. Por esta altura, escolheu uma máquina reflex de médio formato Rolleiflex com dupla objectiva, em detrimento das máquinas de 35 mm. Com a Rolleiflex teria "vistas largas", mais resolução e um visor à altura da cintura que lhe proporcionava uma relação mais próxima com o fotografado. Entram também em cena os flashes em fotografias tiradas de dia. O objetivo era separar o essencial do acessório. Duas bolsas Guggenheim (1962 e 1966) permitiram-lhe desenvolver melhor um trabalho de autor, mostrado pela primeira vez num museu em 1967 (colectiva New Documents Museum of Modern Art). Em Julho de 1971 suicidou-se tomando barbitúricos e cortando os pulsos. O catálogo da exposição retrospectiva que o curador John Szarkowski concebeu, em 1972, tornou-se num dos mais influentes livros de fotografia. Desde então, foi reimpresso 12 vezes e vendeu mais de 100 mil cópias. A exposição do MoMa viajou por todo o país e foi vista por 7 milhões de pessoas. No mesmo ano, Arbus tornou-se a primeira fotógrafa americana a ser escolhida para a Bienal de Veneza. Diane Arbus fotografou essencialmente pessoas à margem da sociedade e pessoas comuns em poses e expressões enigmáticas.

Em 2007 estréia o filme 'A Pele', com Nicole Kidman, baseado em sua vida. "Para mim o sujeito de uma fotografia é sempre mais importante que a fotografia. E mais complicado…”
 
 

8.Elliott Erwitt | 1928-

Filho de imigrantes russos, Elio Romano Ervitz (seu verdadeiro nome) nasceu em Paris, foi criado na Itália, mas se considera um cidadão dos Estados Unidos, para onde se mudou família em 1941, fugindo do nazismo. Entrou para a mitológica agência Magnum em 1953, a convite de um de seus fundadores, o amigo Robert Capa. Dono de um portfólio invejável, Erwitt viajou por todo o mundo, inclusive para o Brasil, foi fotógrafo da Casa Branca e colaborou com as revistas "Look", "Life" e "Holiday".

Suas lentes buscam a ironia em momentos indiscretos, que beiram o absurdo, revelando detalhes do comportamento humano de uma maneira irreverente. Erwitt, aliás, é um dos poucos fotógrafos de sua geração que se dedica ao sorriso na fotografia.

A fotografia em série é outra presença constante em sua obra. São mundialmente conhecidas suas séries monográficas sobre cães, edifícios dos Estados Unidos e Marilyn Monroe, entre outras.

O olhar contínuo que observa, acompanha e registra tem influência na formação cinematográfica do fotógrafo --ao longo de sua carreira, Erwitt também dirigiu documentários, filmes e vídeos publicitários, além de produzir programas para TV.
 
 

9. Walker Evans | 1903-1975

Walker Evans (3 de novembro de 1903, Saint Louis, EUA  - New Haven, EUA, 10 de abril de 1975) foi um fotógrafo americano.

Walker Evans, que originalmente queria ser escritor descobriu a sua paixão pela fotografia durante os anos 1920. Os seus primeiros trabalhos exibiam já a sua visão objectiva e extremamente atenta ao pormenor.

Em 1935 entrou ao serviço da F.S.A. (Farm Security Administration), um organismo federal criado por Roosevelt para dar solução à crise agrícola dos Estados Unidos da América durante o período da Grande Depressão. Usando a fotografia como prova da miséria em que viviam os agricultores americanos, Evans registrava o cotidiano com precisão objetiva, dignificando, apesar de tudo, a pobreza em que estes agricultores viviam. Em 1938, depois de concluir o seu trabalho para a F.S.A., o Museum Of Modern Art de Nova York honrou a obra de Evans com uma exposição, a primeira dedicada por este museu a esta profissão.

Evans é conhecido por duas séries de fotografias: uma delas é o levantamento documental da comunidade agrícola norte americana e a outra está documentada no livro Elogiemos os homens ilustres. Estes dois trabalhos são considerados os expoentes máximos da fotografia documental. Área em que W. Evans é considerado como uma das figuras maiores.

10. Martin Parr | 1952-

Cursou fotografia na Manchester Polytechnic (hoje Manchester Metropolitan University) nos anos 70. Desde então, já produziu quase 50 livros e teve seu trabalho exibido em aproximadamente 80 exposições individuais. Recebeu vários prêmios, entre eles o Dr. Erich Salomon, da Sociedade Alemã de Fotografia (2006), e o PhotoEspaña 2008, do Festival Internacional de Fotografia, concedido pelo conjunto da sua obra e por sua influência na fotografia contemporânea. Desde 1994, Martin é membro da Magnum Photographic Corporation.

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